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Winetrip Itália #1 - Barolo, o Vinho dos Reis

  • Foto do escritor: Tricia Sommelière
    Tricia Sommelière
  • 3 de jun. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 26 de set. de 2020


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No Noroeste da Itália, cercado pela beleza dos Alpes e dos Montes Apeninos, está o Piedmont (aos pés da montanha), uma região famosa pela gastronomia, pelos tartufos d’Alba (trufas brancas) e por alguns dos melhores vinhos tintos do mundo: os Barolos.

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Elaborados exclusivamente com

a uva Nebbiolo, casta nativa da região cujo nome foi inspirado na névoa (nebbia) outonal piemontesa, os Barolos são vinhos elegantes, potentes, longevos e normalmente caros, alguns muito caros. Mas nem sempre foi assim.

Produzidos desde a Idade Média, os vinhos do Piemonte eram docinhos, levinhos e sem expressão. Como a Nebbiolo é uma uva de maturação tardia (outubro) com colheita próxima ao inverno, acabava restando pouco tempo para que a fermentação transformasse o açúcar da fruta em álcool. Resultado: vinhos docinhos e de baixa qualidade.

O nascimento dos famosos Barolos, Reis do Piemonte, data do séc XIX e tem uma forte ligação histórica com a unificação da Itália. Na época, o país era formado por pequenos reinos e ducados. O Regno di Sardegna (atualmente Piemonte e Sardenha) fazia parte da Casa Savoia, grande apreciadora dos vinhos franceses da Borgonha.


Foi nesta corte que o filho de um latifundiário piemontês, Camillo Benso (futuro Conde de Cavour) se apaixonou pelo estilo de vinho borgonhês e decidiu adotá-lo na produção de vinho em suas terras.

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Sua ideia encontrou uma grande aliada: a nobre francesa Juliette Colbert di Maulévrier, mais conhecida como Marchesa di Barolo, esposa do aristocrata piemontês Carlo Tancredi Falletti.

O enólogo italiano Paolo Francesco Staglieno foi contratado para ser o mentor do "novo Barolo" que, posteriormente, foi aprimorado pelo enólogo francês Louis Oudart. O resultado foi um vinho seco, encorpado e elegante capaz de colocar a nobreza italiana de joelhos. Em homenagem à Marchesa, os melhores vinhos foram batizados de Barolo.


Em 1861, após diversas batalhas com os austríacos, finalmente o reino da Itália foi unificado sob a liderança da Casa Savoia. O nobre Vitor Emanuel II, rei do Piemonte-Sardenha, foi declarado Rei da Itália e nomeou como Primeiro Ministro seu maior aliado na luta pela unificação, o Conde de Cavour.


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Para fechar essa viagem com chave de ouro, visite os castelos pertencentes à Casa Savoia em Turim e no Piemonte. São mais de 15 monumentos considerados patrimônios da humanidade pela UNESCO.

Todas as informações estão no site www.residenzereali.it


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AS NEBBIOLOS DO PIEMONTE


Os melhores Barolos são produzidos no Langue, uma região que produz também outros vinhos com a uva Nebbiolo mas que não podem receber no rótulo o nome Barolo. São elas: Nebbiolo d'Alba, Roero e Barbaresco. Nesta última, o destaque fica para os vinhos do genial enólogo Angelo Gaja - pronuncia-se Gaia - que são tão famosos, brilhantes e caros quanto os mais preciosos Barolos.

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Para ser um Barolo não basta o vinho ser produzido no Piemonte com uva 100% Nebbiolo. É preciso cumprir rigorosamente as rígidas normas de qualidade para conquistar o Selo de Origem Controlada. O mais valioso deles é a DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida) que você encontra no rótulo logo abaixo do nome Barolo.

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Os melhores produtores estão concentrados nestas 5 subregiões do Langue: La Morra, Barolo, Monforte d’Alba, Castiglione Falletto e Serralunga d’Alba.

Cada região produz Barolos de diferentes estilos. Descubra qual agrada mais ao seu paladar:


La Morra e Barolo - vinhos mais elegantes, aromáticos e menos tânicos. Curiosidade: isso se deve ao solo rico em calcário, magnésio e manganês da Era Tortoniana. Muitos podem ser degustados com menos de 10 anos de guarda.


Monforte d’Alba, Castiglione Falleto e Serralunga d’Alba - vinhos mais potentes, tânicos e de grande estrutura, alguns com potencial de guarda de até 50 anos. Nem pense em abrir uma garrafa com menos de 10 anos. Siga as instruções na ficha técnica de cada produtor para evitar surpresas desagradáveis.



PREPARE A ADEGA!

No próximo post, Winetrip Itália #2 -

Crus de Barolo você vai descobrir a diferença entre os Barolos e os Crus de Barolo. Só pelo preço você já dá para perceber rapidinho.

Descubra os aromas, as harmonizações e a lista dos que valem a pena trazer na sua WineTrip.

Nos vemos lá!

 
 
 

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